sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Fábula esportiva moderna
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Restabelecendo o vínculo
Acredito muito que a nossa atividade – comunicação – semeia a liberdade de escolha. Aquela história de incitação ao consumo já virou bordão de placa de caminhão fenemê. Temos consumidores muito mais espertos e críticos, não só porquê existe uma infinidade muito grande de opções, mas porquê existe uma infinidade de meios para que ele busque informação sobre o aquilo o que consome. E é justamente nesse período, de exercício total da livre escolha, que ele está sentindo a necessidade de, novamente, construir relacionamentos.
Os homens de hoje em dia querem casar. Isso é surpreendente. Com uma população feminina bastante superior em quantidade, os homens querem relacionamentos sérios e duradouros – não ria se você não é um deles. Mas certamente você é um sujeito fiel à marca de cerveja, fiel à marca da camisa e ao vendedor da loja, que sabe o corte que você gosta. Diante de um mar de possibilidades fugazes, mas muito competitivas entre si, o consumidor quer sentimento. Na prateleira tem marca conhecida, desconhecida, marca própria, marca diabo. É claro que o preço conta, mas o sentimento está falando mais alto, mesmo que a experiência de compra aconteça em poucos segundos – você vê aquele logotipo e ele lhe provoca uma sensação. Se foi ruim, só quando estiver numa oferta imperdível; se foi boa, pronto! Mantenha esse cara encantado e você vai ter não só um consumidor fiel, mas um multiplicador dessa percepção positiva.
Não podemos, aqui, confundir sentimento com fidelidade. Fidelidade é um conceito banalizado pelos clubes de milhagens, pela ânsia de comprar e ganhar. Estamos falando de vínculo. Puro e simples apego sentimental, onde só o que se espera em troca é a atenção e/ ou superação às suas expectativas. Abro aqui um parêntese especial para falar sobre expectativa. Essa palavra bonita é simplesmente a baliza mais relevante para nos considerarmos felizes ou derrotados num empreendimento. Expectativa é o termômetro da satisfação. Nero não teria colocado fogo em Roma se a sua expectativa de ser reconhecido como líder tivesse sido atendida. Ser feliz com alguém que você gosta depende do tamanho da devolutiva que você espera desse alguém. Êxito ou fracasso são íntimos e dependentes da tal expectativa. Ela é tudo na vida.
E no caso das marcas, o valor de troca da minha preferência é a satisfação em empenhar o meu dinheiro por uma expectativa atendida.
Já parou pra pensar como isso é valioso? Esse raciocínio, se matemático fosse, seria uma sentença simples: quanto maior o número de opções, maior a pulverização das preferências, justificadas por argumentos bastante racionais como o preço, o sampling ou outras medidas de guerrilha competitiva. Porém, nesse assunto, abaixo o cartesianismo! Quanto mais opções, mais vemos negada essa prostituição, mais se fortalece o vínculo. Eu acho que o consumidor ficou tonto. Cansou de aventuras e, embora apaixonado, manifesta uma segurança nervosa: se ela me trair, eu troco, já que existem tantas outras.
Chego à conclusão óbvia de que a direção correta é mesmo a do coração. E não bastam um bom cupido e um presente caro; é preciso entregar a promessa. O consumidor cobra. Se não, ele troca. Sem chance de discutir a relação.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Demanda e liguagem.
http://www.youtube.com/watch?v=fIHWM4liM2g
Adidas
http://www.youtube.com/watch?v=zLbxTtrafeM
Allianz
http://www.youtube.com/watch?v=xqSlnsGPgq8
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O Mito das Redes Sociais
As redes sociais são uma das mais antigas formas de relacionamento das sociedades organizadas de que se tem notícia. Das mais complexas às mais simples formas de junção, o ser humano dotado de mínima inteligência cria maneiras de se segmentar e buscar os seus comuns para promover troca e se ordenar socialmente – estimulado pela sua proximidade geográfica, interesses econômicos, religião, esporte favorito, receitas de comidas sem carboidratos e por ai vai. Motivações não faltam, uma vez que o homo sapiens é dotado de uma privilegiada estrutura de convivência e não de isolamento ou solidão – ele precisa fazer parte de uma sociedade (do latim, societas = aglomeração/ associação de pessoas).
terça-feira, 7 de julho de 2009
De vez em quando eu preciso falar da profissão.
Eu preciso falar sobre novos velhos conceitos que surgem, adormecem e ressurgem quando a gente lê um livro, faz uma viagem ou ouve alguém falar daquilo. Como se fosse algo inédito, a gente se apropria e repete.
Que coisa mais chata.
Que coisa mais recorrente nessa nossa profissão, que é mesmo afeita a reviews e adaptações de coisas que já existem, mas que a gente insiste em cunhar e autorar.
Acabo de me deparar com uma nova modalidade, um novo vocábulo, um novo rótulo: o Bismarketing – uma forma limpa de designar aquela ação que, de tão bacana, ecoa, reverbera, se replica pela única e exclusiva vontade e pedida da platéia.
O Bismarketing, diferentemente da maioria dos nossos vocábulos marketeiros favoritos, não é consequencia, nem resultado – ele é causa. O Bismarketing é o mantra pela busca da relevância, da aderência, e isso só se consegue quando a gente entende tanto daquilo que é capaz de virar um aquilo, só para ter certeza de como ele se sente.
O Bismarketing sobrevive de estratégia, de estudo, de profundidade e de sensibilidade, elementos que poucos prazos e poucas verbas por ai têm nos permitido agregar, mas que, em um retrato de mercado como esse, altamente competitivo, é uma obrigação nossa perseguir.
O Bismarketing distingue a inteligência competitiva do planejamento estratégico generalista; a big idea da obrigatória solução criativa; o momento de contato do passivo e disperso ponto de contato; o engajamento pertinente do primitivo estímulo de consumo.
O Bismarketing é um novo benchmarking.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
AVC-C
terça-feira, 30 de junho de 2009
Idem. Ibidem.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Virtual
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Já estamos em junho.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Mitos que amamos e conservamos para todos, sempre.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Paixão colorada
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Texto fofo.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
tantas coisas
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Essa coisa de saudade
segunda-feira, 16 de março de 2009
Eu prometo.
Eu espero.
Na realidade, a reflexão já começou na redação desse conteúdo – a minha reflexão, no caso – o que não significa que eu leve alguma vantagem competitiva só porque eu sei o final da história. Eu só comecei a refletir uns minutos antes.
Saindo da reflexão e indo para a prática – a minha prática, no caso, porque eu já refleti, afinal já escrevi e reli o que eu escrevi – você já respondeu a essa pergunta alguma vez na vida? Ou melhor, você já se perguntou o que você espera alguma vez na vida? Esse é o tipo de pergunta que pode provocar um turbilhão de reações, ou melhor, é o tipo de pergunta que provoca uma resposta ou tentativas de resposta que podem deixar o sujeito abaladíssimo.
Como assim? É normalmente essa a “frase-reação” mais imediata – você, que nunca ouviu ou se fez essa pergunta não deve saber, mas eu lhe garanto, pode acreditar. Essa é não só a resposta mais recorrente como também a mais adequada, afinal de contas não deve existir questão mais abrangente do que essa.
O que você espera do trabalho, do casamento, dos amigos no aniversário, da moça que ajuda a limpar a casa, do bicho de estimação quando você enfia a chave na porta de casa, da cara de bobo do sujeito que te esnobou na escola quando você era gordinha e usava aparelho ao se cruzarem na saída da aula de spinning, da primeira mordida naquele brioche de doce de leite que você atravessou a cidade pra comer. Eu costumo dizer que tudo na vida é expectativa – do latim, esxpectare: situação de quem espera algo; esperança. Essa terminologia, apesar de uma enorme carga de passividade, reforça o quanto é importante almejar, acreditar e desejar, às vezes muito mais do que simplesmente agir.
Diariamente, nas salas de aula, nos escritórios, na televisão eu reparo como as pessoas se vendem como seres de ação – vou lá e faço, não fico esperando. E lá vou eu, mais uma vez, travar uma batalha semântica e, mais do que isso, atitudinal com metade do mundo. Você pode ser um sujeito de ação, demonstrar toda a sua força, andar de lombo ereto, confiante e pisando firme, mas não há ação maior, melhor e mais eficiente do que aquela que vem acompanhada da fé. Quem espera, ou melhor, quem tem esperança em algo, é alguém que compartilha as possibilidades com o Universo ao seu redor – a possibilidade de dar certo ou errado, ou diferente do que se esperava, mas de estar aberto às hipóteses, a uma convergência de fatores que podem definir um acontecimento – inclusive uma ação sua na direção desejada, por que não? Não deixe de agir, mas não deixe de querer, antes de tudo.
Não deixe de desejar, de ter expectativa sobre as coisas. Mesmo que no fim das contas não saia tudo exatamente como você queria, certamente o sabor do doce de leite escorrendo pelas suas papilas gustativas vai curar qualquer olhar debochado do seu colega de escola.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Verdadear
Eu minto, tu mentes, ele mente e todo mundo faz isso da forma que acha melhor, mas a verdade nunca vem sozinha, livre, particular. Falar a verdade, pensar na verdade, imaginar, desejar.
Eu verdadeio, tu verdadeias, ele verdadeia e assim todo mundo pode pressupor a verdade automaticamente, como uma fala que, apesar da sua sonoridade pouco confortável, fica mais fácil, mais presente, mais usual na nossa atitude, no vocabulário.
Essa não é uma discussão gramatical, é conceitual. Facilitem a vida da verdade, des-substantivem-na, verbalizem-na.