terça-feira, 7 de setembro de 2010

Partida.

Eu sempre comento, nas minhas humildes análises futebolísticas, que um time vencedor é, em geral, aquele que sabe atuar pelos flancos. Bons volantes, rápidos, agressivos e precisos. Aguerridos em seus objetivos, bem liderados. A vida é exatamente assim, e eu deveria aprender mais com isso.

A vitória corre pelas laterais, de onde se tem uma excelente visão do jogo, do posicionamento do adversário. De onde se distribui a jogada de forma planejada, avançando na direção do gol com efetividade.

Todos nós deveríamos trazer para fora das quatro linhas algumas dessas estratégias. Aliás, uma boa estratégia é o primeiro passo para o êxito naquilo o que se quer. E se esse direcionamento for guiado por essa velocidade, por essa explosão, por essa vontade de fazer dar certo, gosto mais.

Sejamos volantes das nossas vontades. Dos nossos sonhos, objetivos. Visionários, focados e absolutamente coletivos. Sejamos máquinas impulsionadoras das nossas realizações, lembrando sempre que lá na área existe alguém para emprestar o seu talento e nos ajudar a finalizar a jogada.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ira

Deveria ser proibido relacionar-se com o mundo em dias como esses. A fechadura deveria emperrar, evitando que saíssemos de casa. As teclas do computador deveriam ser sensíveis à temperatura das pontas dos nossos dedos mortíferos e nos impedir de digitar a senha do blog e dizer ao mundo que hoje não é um dia bom pra fazer aquela piadinha atravessada.

Não é por causa do tempo feio. Não é porque eu tive que trabalhar ao invés de curtir um feriadão. Nem a proximidade das eleições e a chuva verborrágica irritante dos condidatos. Nenhum motivo frugal como esses me abalaria dessa forma. Nem o Inter fora do G4.

Eu insisto em me surpreender com as pessoas. Não, isso não é uma manifestação de apreço ao lugar-comum, mas uma constatação tenebrosa de como não conhecemos as pessoas que estão tão próximas de nós. E o mais irritante disso é quando elas se revelam à você lhe entregando um cartaz escrito "eu já sabia". Erga-o com os dois braços bem altos e um nariz vermelho lustroso, refletindo aquele sorrisinho esperto do interlocutor sinistro.

Parece um conto do Stephen King, mas não é. Já imaginei aquele palhaço bizarro saindo debaixo da cama, mas quisera eu que o meu pesadelo fosse tão surreal.

Aprenda: algumas pessoas bacanas não são bacanas, elas estão bacanas. Se você mexer no pote delas ou mudar a sua parte do plano, esteja bem acordado para reagir. Ou faça como eu e escolha passar os seus dias de véspera de feriado relativizando sobre o assunto, com a mão na testa demonstrando preocupação, uma garrafa de vinho e o telefone do advogado... que está de folga e não atende ao telefone.