sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dúvida.

A dúvida é a mãe da cagada.
Desculpem, eu não costumo usar termos de baixo calão neste que vos fala, mas não encontrei terminologia mais perfeita e com adequada contundência para expressar o meu ponto.

Admito que não há como fugir dela. Nem sempre aparece na sua frente um oráculo munido de todas as respostas. Aprendamos, então, a lidar com ela.

A certeza é forte. Uma loira alta, voluptuosa. Em seu peito, paira a tranquilidade, a segurança, a luz do saber - independente se o veredicto é negativo ou positivo. Ésquilo acorrentou Prometeu porque ele tentou levar o conhecimento inexorável dos Deuses aos mortais - olha no que deu.

A dúvida é a tábua solta da ponte. Incomoda, perturba, falseia. Deixa o cidadão vulnerável e propenso as atitudes mais tolas. Melhor não tê-la, mas se não tê-la, como sabê-la, já hipotetizava o poeta.

Essa nossa obsessão pela certeza é o que torna a dúvida tão nociva. Um perigo diante da pressa do ocidental por respostas. Queremos sempre estar no controle... bobagem. Aproveite o estímulo cerebral e pergunte ao seus poros, às pontas das sua orelhas e aos seus fluidos corporais qual a resposta certa. E não conte a ninguém.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Chuva e sol.

Não se pode gerenciar o clima, assim como as vezes não se pode gerenciar a si mesmo.
Em tempos de caos atmosférico e camadas de ozônio relutantes, no mesmo bairro, chove num canto e faz sol em outro, incontrolável, imprevisível.

"Tempo maluco!" já dizia o meu pai.
"Gente maluca!" grito eu, pasma.

Assim como nas intempéries, nas pessoas. No mesmo ser humano pode chover e fazer sol. Incontrolável e imprevisível.