Não é por causa do tempo feio. Não é porque eu tive que trabalhar ao invés de curtir um feriadão. Nem a proximidade das eleições e a chuva verborrágica irritante dos condidatos. Nenhum motivo frugal como esses me abalaria dessa forma. Nem o Inter fora do G4.
Eu insisto em me surpreender com as pessoas. Não, isso não é uma manifestação de apreço ao lugar-comum, mas uma constatação tenebrosa de como não conhecemos as pessoas que estão tão próximas de nós. E o mais irritante disso é quando elas se revelam à você lhe entregando um cartaz escrito "eu já sabia". Erga-o com os dois braços bem altos e um nariz vermelho lustroso, refletindo aquele sorrisinho esperto do interlocutor sinistro.
Parece um conto do Stephen King, mas não é. Já imaginei aquele palhaço bizarro saindo debaixo da cama, mas quisera eu que o meu pesadelo fosse tão surreal.
Aprenda: algumas pessoas bacanas não são bacanas, elas estão bacanas. Se você mexer no pote delas ou mudar a sua parte do plano, esteja bem acordado para reagir. Ou faça como eu e escolha passar os seus dias de véspera de feriado relativizando sobre o assunto, com a mão na testa demonstrando preocupação, uma garrafa de vinho e o telefone do advogado... que está de folga e não atende ao telefone.
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