sexta-feira, 24 de outubro de 2008

minissérie periódica e imperdível - capítulo 2

(continuação)

b) Primeiro jantar: a mulherzinha profissional pede ao cara que a busque em casa. Na hora marcada, não esteja pronta jamais – demore uns 10 minutos a mais e deixe o cara na sala batendo papo com uma amiga sua que não esteja disfarçada de mulherzinha. Isso vai mostrar ao rapaz que, mesmo em se tratando de uma simples amiga, você tem alguém esperto zelando pelas suas possíveis burrices e leviandades. Espere que ele abra a porta do carro, mas sem ele perceber que você espera por isso – hoje em dia isso soa até meio careta, mas daí já da pra tirar uma temperatura do nível do sujeito. No carro, perninhas cruzadas, bolsa no colo – cuidado com a neurolinguística. Fique observando o cara enquanto ele fala sobre a surdina esportiva do carro e mostre alto interesse - desculpe, é com esse tipo de cara que mulherzinha sai. Sempre sorrindo, achando o papo legal e dando gargalhadinhas delicadas para mostrar seus belos dentes quando ele falar algo que, mesmo que não tenha muita graça, tenha tido a intenção de te fazer rir. Durante o jantar, nunca se dirija ao garçom – deixe que ele o faça por você. Levante ao menos uma duas vezes para ir ao banheiro, mas não demore muito pra ele não achar que você faz número 2 como qualquer outro mortal – mulherzinha é tão perfumada que não faz isso. Nunca, jamais, em hipótese alguma e nem sob um decreto divida ou pague a conta. Se você for muito esperta, se ofereça por educação, de uma forma que a única resposta possível do cara seja “imagina, gatinha” – assim você valoriza a condição de macho dominador da situação, que banca uma jantinha no Steinhauss ou no Ganesh e acha que tá abafando.

(continua na semana que vem)

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