quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Parece comigo

Esses dias alguém me disse que vê direitinho,estampadas e escarradas, algumas situações que eu já vivi descritas nos meus textos. Deixo claro que é verdade, porém nomes, datas e alguns fatos são alterados para preservação dos seres citados - ou mesmo para manter a minha integridade física, dependendo do conteúdo em questão. Concordei meio de revesgueio com a colocação - tentando me lembrar, naquele dito momento, se a pessoa que levantou o fato havia sido a feliz contemplada de alguma crítica ou ironia capciosa. Sabe-se lá.

Lembrei da Amy Winehouse - aquela mocinha inglesa de outro planeta que vem se auto-destruindo publicamente e que tem, como marca registrada de suas composições, uma dose cavalar de si mesma, de seus anseios, de suas frustrações, desejos, enfim. Tem muita Amy Winehouse nas músicas da Amy Winehouse, assim como tem alguma Fernanda Graeff nesses textos.

Obviamente a minha existência e trajetória não têm sido tão interessantes quanto as peripécias da roqueira supracitada, mas alguns fatos rendem bem uma estorinha. O ponto é que realmente eu levo uma vida comum - bem mais comum do que eu gostaria, mas nem tão comum quanto a minha mãe havia imaginado pra mim - a filha do meio, ainda na barriga - enquanto devorava uma caixa de bom-bons de cereja da Pan (pasmem, mas lá no interior ainda existe essa marca de chocolates).

Comum é aquilo que é igual pra todos. Um lugar público é um lugar comum - uma praça, uma igreja. Eu não acho nada estranho em querer ser uma pessoa-padrão, aquela que se encaixa perfeitamente em todos aqueles conceitos que não provocam nenhuma reação em ninguém. Ser comum é ser normal, dizem os comuns e normais da nossa convivência - vizinhos, parentes, amigos. Eles estão por todos os lados. Ser comum não tem nada de errado - e é esse o X da questão mesmo, sendo bem literal. Uma pessoa comum, teoricamente, não tem no errado uma possiblidade de ação, pois o fato de ela ser comum, igual a todos, dentro do padrão, não lhe permite nenhuma uma atitude passível de reprovação pelo demais comuns. Existe um código de conduta, um método de governança que rege as pessoas-padrão.

Fatalmente acabei trocando a narrativa para terceira pessoa. Juro que foi uma ação independente do meu hipotálamo primitivo, que raramente se manifesta com tal ímpeto. Porém, apesar de critica-lo por esse rompante - mudar a pessoa do texto aleatoriamente é um verdadeiro pecado literário - tendo a concordar com ele. Não que eu não seja um ser comum, mas escrevi de um jeito que me deu vontade de fazer uma careta pro vizinho, rejeitar o meu leite quente antes de dormir ou qualquer outra atitude rebelde ao melhor estilo Ms. Whinehouse.

Um comentário:

Israel Mendes disse...

Não consigo te achar! Vim por aqui...

Teu fone mudou? Tu fez aniversário e eu estava me mudando! Não liguei, mas lembrei. Não sei teu email tbm! Me manda teu celular, please!

Muitas coisas nessas duas últimas semanas.... Te conto ao vivo!

bjs

ps.: não vou dar feliz aniver por aqui! só por celular!