segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sem título, porque título também é rótulo.

- Você é uma pessoa estranha!
- Estranha? Por que estranha? Poxa...
- Não se ofenda, é um elogio... quer dizer, "a kind of"...
- Desenvolve.
- Gosta de dirigir na estrada... de fazer churrasco e de xingar o Fossati falando palavras de baixo calão.
- ... cozinho bem, isso não conta?
- Cozinha bem, mas é uma pésima dona-de-casa...

Sou uma mulher estranha. Porque, volto a dizer, a gente aprendeu na etiqueta grudada nas costas das nossas mães que Barbie é de menina e carrinho é de menino, e se alguma coisa fugir disso, corra pro psiquiatra. Não estou reclamando, a mulherada dirige mal mesmo e joga bola de um jeito superesquisito, mas porque aprendeu desde sempre que isso era coisa de homem, função de homem. Cérebro condicionado, uma desgraça.

Eu acho que posso tudo, sei tudo e faço tudo que a força dos meus bracinhos magrelos me permite. É muito ruim ficar com a unha preta de carvão, mas é uma delícia ver aqueles pares de bochechas mastigando a carninha suculenta ou aquele bando de marmanjos invejando aquela 'estacionada' perfeita, de primeira, sem banda branca nos pneus.

Longe de mim escrever um manifesto feminista.
Eu só queria deixar claro que eu não sou estranha, sou livre. Não faço pré-julgamentos, não rotulo ninguém, não coloco limites nas pessoas - todo mundo é capaz de fazer algo surpreendentemente difícil ou surpreendentemente sensível.

Não vejo nada de diferente entre meninos e meninas além de pintos e pererecas... tá bom, vai, o cheiro do cocô é bem diferente.



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