É como se a gente aprendesse ou se acotumasse a queimar etapas na vida, então tudo parece mais líquido, menos travado, mais intenso, e nem todo mundo tem vocação e paciência pra compartilhar desse ritmo com você. É que nem pular o brainstom e ir direto para o insight: tá na cara que o criativo vai te olhar torto. É como apresentar o sujeito como futuro marido para os seus pais e acompanhar aquela expressão de interrogação, prova de que essa estranheza não é privilégio de faixa etária nenhuma.
Novos ou velhos, esses personagens encantadoramente acelerados acham tudo isso muito natural. Numa fração de segundos, dias ou meses, dependendo do grau de complexidade, a gente já analisou, criticou, entendeu, decidiu e fez. E, normalmente, já envolveu os protocolares e processuais nas nossas teias da objetividade, seduzidos e entregues a essa volúpia.
E isso se repete, independente do interlocutor envolvido. A gente não aprende, a gente é assim. E a gente se repete - nos erros e nos acertos. Confesso que são mais acertos, porque já que o mundo está repleto de seres sem iniciativa, a gente acaba dando uma acelerada gostosa nas coisas. Até os mais tranquilos se deixam levar, se divertem até.
Acho que deve ser divertido mesmo. Afinal, a gente não tem culpa. A gente é intenso porque, por alguma razão, as coisas na vida se encaminharam assim. Para mim, parece que deu certo... até meu pai já sente falta do brainstorm.
3 comentários:
O que seria do mundo sem os contrastes! Não estamos analisando aqui o certo e o errado, mas o ponto e o contra-ponto, que eh o que, de fato, faz o mundo evoluir, não é mesmo? Beijos
Sempre achei que morreria sem conhecer alguém que entendesse que não dá pra podar intensidade quando se é assim.
Nem faz sentido tentar podar algo que te dá a nítida sensação de estar sempre à frente, né?
Adorei. :)
Princesinha de Aracajú, saudades de ti! bjs
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