domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ácido.

Pessoas como eu deveriam ser sumariamente proibidas de ter blogs, facebooks, colunas em jornais e revistas, twitters ou qualquer outro tipo de meio pseudo-público de expressar suas opiniões. Nem sequer um celular habilitado ao SMS. Deveríamos, sim, ser isolados do convívio involuntário com outros seres da mesma espécie, restritos a pai e mãe, família e amigos muito chegados. Ponto.
Assim são os ácidos, aqueles que expressam seus pontos de vista mais críticos - ao melhor estilo "fratura exposta" - sobre o mundo e sobre si mesmos. Sim, porque não pense você que, em meio à tanta espontaneidade, não sobra tempo para uma auto-reflexão e, consequentemente, um auto-flagelo muito bem executado, com requintes de crueldade, torturas psicológicas e ferro quente. (essa parte é mentira...)
Eu sou do tempo em que a crítica era o meu melhor presente, a minha melhor forma de demonstrar bem-querer, consideração por alguém. A crítica era o amor em forma de verbo, de ação, e servia para, provocado o confronto, evoluir, melhorar, desabrochar um conceito novo.
Agora, passo perto das jaulas da censura, dos eufemismos cínicos das diplomacia e aprendo com isso. Retidão não é green card para nenhum território, ao contrário, é o mais blasè dos elogios.
Não nego, já me adaptei. Com muita dificuldade, mas com a sabedoria do senso de sobrevivência e da chegada dos trinta anos.
Não nego, doeu. Tomo uma aspirina e sigo em frente.


Nenhum comentário: