segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Mito das Redes Sociais

As redes sociais são uma das mais antigas formas de relacionamento das sociedades organizadas de que se tem notícia. Das mais complexas às mais simples formas de junção, o ser humano dotado de mínima inteligência cria maneiras de se segmentar e buscar os seus comuns para promover troca e se ordenar socialmente – estimulado pela sua proximidade geográfica, interesses econômicos, religião, esporte favorito, receitas de comidas sem carboidratos e por ai vai. Motivações não faltam, uma vez que o homo sapiens é dotado de uma privilegiada estrutura de convivência e não de isolamento ou solidão – ele precisa fazer parte de uma sociedade (do latim, societas = aglomeração/ associação de pessoas).

Não, as redes sociais não são oriundas da internet (lamento!) e tampouco uma exclusividade da web, mas é inegável que o poder de capilarização da www acelerou a sua penetração junto aos usuários da rede mundial, transformando as social nets em um “lugar da moda” – não fazer parte de uma rede social virtual é quase como não saber que o Vik Muniz é brasileiro ou não fazer terapia ortomolecular: você está literalmente “out”. Se você não tem um Facebook em plena atividade, um conselho, meu amigo: compre uma caixa de chá e vá conversar sobre o tempo com a sua bisa, porque você não terá mais influência alguma sobre os seus amigos. Provavelmente nem sobre os seus sobrinhos.

Separemos bem as coisas, então: rede social é um assunto mais velho do que andar pra frente, só que alguns meninos tímidos resolveram se aproximar do resto do mundo através da internet, um veículo extremamente barato, veloz e eficiente – uma química absolutamente perfeita. O que nós, publicitários, comunicólogos e marketeiros ainda não compreendemos é que a internet, com todos esses predicados, é só o meio de propagação das relações interpessoais e a próxima pessoa que disser “vou criar um viral para a internet” merece ser sumariamente despedida.

Estamos na fase do back to basics: uma ação bem-sucedida na web é aquela capaz de extrapolar a internet e promover um encontro ao vivo, carne e osso, entre seres humanos comuns. É aquela capaz de motivar as pessoas a sairem da frente das telas de seus computadores conectados e se encontrarem em uma praça pública para cantar, dançar ou tirar as calças. O maior desafio das redes sociais é nos fazer voltar à vida real, tal como sabíamos há alguns anos.


terça-feira, 7 de julho de 2009

De vez em quando eu preciso falar da profissão.


Eu preciso falar sobre novos velhos conceitos que surgem, adormecem e ressurgem quando a gente lê um livro, faz uma viagem ou ouve alguém falar daquilo. Como se fosse algo inédito, a gente se apropria e repete.

Que coisa mais chata.
Que coisa mais recorrente nessa nossa profissão, que é mesmo afeita a reviews e adaptações de coisas que já existem, mas que a gente insiste em cunhar e autorar.

Acabo de me deparar com uma nova modalidade, um novo vocábulo, um novo rótulo: o Bismarketing – uma forma limpa de designar aquela ação que, de tão bacana, ecoa, reverbera, se replica pela única e exclusiva vontade e pedida da platéia.

O Bismarketing, diferentemente da maioria dos nossos vocábulos marketeiros favoritos, não é consequencia, nem resultado – ele é causa. O Bismarketing é o mantra pela busca da relevância, da aderência, e isso só se consegue quando a gente entende tanto daquilo que é capaz de virar um aquilo, só para ter certeza de como ele se sente.

O Bismarketing sobrevive de estratégia, de estudo, de profundidade e de sensibilidade, elementos que poucos prazos e poucas verbas por ai têm nos permitido agregar, mas que, em um retrato de mercado como esse, altamente competitivo, é uma obrigação nossa perseguir.
O Bismarketing distingue a inteligência competitiva do planejamento estratégico generalista; a big idea da obrigatória solução criativa; o momento de contato do passivo e disperso ponto de contato; o engajamento pertinente do primitivo estímulo de consumo.

O Bismarketing é um novo benchmarking.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

AVC-C

O cérebro tem dois lados. E o coração também.

O coração tem um lado pensante que quase me mata. Ele insiste em achar que pode e deve relativizar sobre os meus sentimentos. Acho que é a convivência - mesmo à distância - com o encéfalo evoluído que habita o hemisfério esquerdo - meu carma, meu irmão mais velho militar aposentado.

Eles devem se falar via msn, trocando experiências e tramando sobre como limitar o meu campo de atuação mais subjetivo.

Ora, vejam! Ela precisa de gestão - eles gritam!

Vou ali obstruir uma artéria e já volto.