segunda-feira, 10 de maio de 2010

Gavetas.

Lá vou eu, mexer nelas de novo.

A minha primeira reação é puramente alérgica. Não é fácil, não é confortável no começo, porque invariavelmente se sacode a poeira. A medida em que vamos tirando tudo do lugar, parece uma bagunça insolúvel. Dá um pouco de medo, as vezes dá vontade de colocar tudo de volta e fechar a porta rapidinho, com o olho apertado, fingindo que a gente não viu nada, não fez nada, não mexeu em nada.

As vezes não dá mais para disfarçar tanto. Começa a incomodar. Fica tão apertado que não cabe mais nada dentro. Fica tão confuso que já não se encontra mais o que se quer. Tem que colocar tudo pra fora, separar o que serve, lavar o que está sujo, doar o que já saiu de moda, dobrar o que ainda fica pra próxima faxina.

Reorganiza-se a partir de uma série de critérios: cores, tamanhos, comprimento das mangas, tecidos, ocasião. O importante é abrir as portas, correr as gavetas e encontrar o que se espera, pois até nisso a expectativa é quem manda. Melhor amiga.

As vezes não se organiza mais: hora de mudar de estilo, tingir algumas peças, encurtar outras. Tesoura, coragem e um bom antialérgico para acompanhar.